quinta-feira, 30 de junho de 2016

Os melhores trechos de Como eu era antes de você

Créditos: Carolina Huertas


Eu acredito que ninguém é a mesma pessoas antes e depois de ler um livro, pelo menos eu não sou. Eu gosto de prestar atenção em cada detalhe, cada frase, cada palavra, cada vivência, cada mensagem transmitida.

Até porque acredito fortemente que somos resultado dos livros que lemos, das comidas que comemos, dos lugares que visitamos e das pessoas que amamos. Sendo assim eu tenho muito carinho por todas as frases que eu leio e me tocam ou fazem algum sentido para mim.

Sempre que estou lendo um livro tenho comigo um lápis, um bloquinho de Post It e vou marcando todas os trechos que eu gosto, porém quando eu termino de ler, fica lá no meio do livro e muitas vezes eu nem me lembro, então eu faço um fichamento com todas elas. Como meu blog é um conjunto de tudo que eu amo, vou sempre registrar por aqui os meus trechos favoritos pois além de tudo é prático (♥) e sei que existe muita gente que tem dó de marcar, riscar ou colar algo no livro hahaha

O livro dessa vez é: Como eu era antes de você
Autora: Jojo Moyes

"Bom, digamos que o bem-estar físico dele é tão importante quanto o mental. Entende?"

"Não dava pra fingir que aquilo não era um pouco estranho. Coloquei os braços em volta dele, seu cheiro preenchendo minhas narinas, sua pele quente encostando na minha. Só podia ficar mais perto se mordiscasse a orelha dele. Essa ideia me deixou histérica e precisei me esforçar para me conter."

"Ali, eu podia ouvir meus pensamentos. E quase escutava meu coração batendo. Percebi, para minha surpresa, que gostava disso."


"Fiquei ali observando sua respiração, e algumas vezes imaginava o que ele diria caso acordasse e me visse ali encarando-o, olhando para o seu cabelo comprido demais, os olhos fundos e a barba por fazer. Mas não conseguia se mexer." As horas tinham se tornado irreais, uma ilha fora do tempo."

"A primavera chegou durante a noite, como se o inverno fosse um hóspede indesejado que de repente resolveu vestir seu casaco e desaparecer sem se despir. Tudo ficou mais verde, as ruas foram banhadas por um sol fraco, o ar agora perfumado. O dia tinha sinais florais e acolhedores, com trinados primaveris como fundo musical."

"Na primeira vez que saímos juntos, uma vozinha na minha cabeça disse: Esse homem jamais a magoará, e nada do que tenha feito nos sete anos seguintes me fez duvidar disso."

"Ele sorriu, como se estivesse se divertindo comigo. Pode parecer um pouco triste, mas o sorriso de Will eram tão raros que fiquei meio orgulhosa de provocar um."

"Dizem que só é possível se admirar um jardim depois de certa idade, e acho que existe alguma verdade nisso. Provavelmente tem algo a ver com o grande ciclo da vida. Parece que há algo de miraculoso em ver o inexorável otimismo de um novo broto após a desolação do inverno, uma espécie de alegria na diversidade a cada ano, a forma como a natureza escolhe mostrar diferentes partes do jardim. Houve momentos — quando meu casamento ficou mais populoso do que eu tinha imaginado — em que o jardim foi meu refúgio, momentos em que foi uma alegria.

Mas houve momentos também em que, sinceramente, ele foi uma dor. Não existe maior desapontamento do que criar um novo canteiro apenas para vê-lo não florir, ou ver uma fileira de lindos alliums destruídos durante a noite por algum motivo qualquer. Mas mesmo quando eu reclamava a respeito do tempo, do esforço que me exigia cuidar do jardim, do modo como minhas juntas protestavam quando eu passava uma tarde arrancando ervas daninhas ou de como minhas unhas nunca pareciam estar bem limpas, mesmo assim eu adorava aquilo. Adorava os prazeres sensoriais de estar ao ar livre, o cheiro, a sensação da terra sob meus dedos, a satisfação de ver coisas vivas, brilhando, cativada por sua própria beleza fugaz."

"Foi só quando trouxemos Will de volta para casa, depois que o anexo foi adaptado e arrumado, que encontrei algum sentido em tornar o jardim bonito outra vez. Precisava dar ao meu filho um lugar para onde olhar. Precisava dizer a ele, silenciosamente, que as coisas poderiam mudar, crescer ou fenecer, mas que a vida continuaria. Que todos nós éramos parte de um grande ciclo, algum tipo de arranjo cuja finalidade só Deus poderia entender. Eu não podia dizer isso a ele, é claro — Will e eu nunca fomos muito bons em conversar —, mas eu queria mostrar. Uma promessa tácita, se preferir, de que existe algo maior, um futuro melhor."

"Foi como se tudo tivesse sido modificado, fragmentado e rearrumado de outra maneira, em um padrão que eu mal reconhecia."

"Era um daqueles raros verões de total liberdade, sem responsabilidades financeiras, sem dívidas, sem hora marcada com ninguém."

"Ele trouxe a brisa suave de um mundo vasto e estranhamente atraente."

"Sentia que podia dominar o universo"

"E ainda fazia a minha imaginação percorrer caminhos inesperados; sentada ali, pensei em coisas que não passavam mais pela minha cabeça havia anos, fui invadida por velhas emoções; novas ideias e pensamentos surgiam como se minha percepção se ampliasse. Era quase excessivo, mas eu não queria que parasse. Queria ficar sentada ali para sempre."

"Eu não sabia que a música era capaz de fazer com que coisas novas surgissem dentro da gente e de nos levar a lugares que nem o compositor imaginou. Deixava uma marca no ar a nossa volta e era como se, ao sair do concerto, você carregasse os resquícios consigo."

"— E sabe o quê? Ninguém quer ouvir esse tipo de coisa. Ninguém quer ouvir você falar que está com medo, ou com dor, ou apavorado com a possibilidade de morrer por causa de alguma infecção aleatória e estúpida. Ninguém quer ouvir sobre como é saber que você nunca mais fará sexo, nunca mais comerá algo que você mesmo preparou, nunca vai segurar seu próprio filho nos braços. Ninguém quer saber que às vezes me sinto tão claustrofóbico estando nesta cadeira que tenho vontade de gritar feito louco só de pensar em passar mais um dia assim. Minha mãe está por um fio e não me perdoa por ainda amar meu pai. Minha irmã se ressente pelo fato de que, mais uma vez, eu fiz sombra para ela — e porque minhas lesões significam que ela não pode me odiar propriamente, como ela faz desde que éramos pequenos. Meu pai só quer que tudo isso acabe. Nos últimos tempos, eles só querem ver o lado positivo. Precisam que eu também veja."

"Então eu chorei. Sem soluçar desta vez. As lágrimas saíam em silêncio e me diziam que mais alguma coisa estava me deixando. Culpa. Medo. E algumas outras coisas para as quais eu ainda não tinha encontrado nomes. Encostei minha cabeça de leve no ombro dele e ele inclinou a dele até que estivesse repousada sobre a minha."

"Alguns erros... apenas têm consequências maiores que outros. Mas você não precisa deixar que aquela noite seja aquilo que define quem você é."

"Eu podia passar a noite toda olhando para ele. Para o brilho no canto dos seus olhos. Para o lugar onde o pescoço encontrava o ombro."

"— Não sei o que pensar. Só sei que, em geral, prefiro estar com ele do que com qualquer outra pessoa."

"Não me senti desolada, nem deprimida, nem nenhuma das coisas que se deve sentir ao terminar um relacionamento de anos. Fiquei muito calma, levemente triste e talvez um pouco culpada pela separação e pelo fato de não me sentir como achava que deveria."

“É como se eu estivesse vendo o mundo através de um funil. O mundo ficou reduzido apenas a mim e a ele.”

"Minha pele ficou cheia de sardas, minhas unhas ficaram esbranquiçadas e comecei a sentir uma rara felicidade diante dos simples prazeres da vida lá — andar na praia, comer alimentos desconhecidos, nadar em águas claras e mornas, onde peixes negros olhavam timidamente por entre pedras vulcânicas, ou ver o sol afundar no horizonte, vermelho-fogo."

"Eu tinha de ser feliz, na esperança de que Will fosse também."

"Gostava da espécie de taquigrafia em que mergulhávamos quando ninguém estava por perto, da intimidade fácil que surgiu entre nós. Gostava do jeito como ele virava o rosto e me olhava com deleite, como se, de algum modo, eu tivesse me tornado muito mais do que ele esperava."

"O mundo ao nosso redor pareceu encolher, até que ele fosse somente o som da tempestade, o mar azul-escuro cor de malva e as cortinas finas delicadamente se inflando. Senti o cheiro das flores de lótus na brisa noturna, ouvi os sons distantes de copos tilintando, de cadeiras sendo aproximadas às pressas, a música de alguma comemoração ao longe, senti a carga da natureza descontrolada. Alcancei a mão de Will e a segurei entre as minhas. Pensei, por um instante, que nunca mais me sentiria tão intensamente conectada ao mundo, a outro ser humano, como naquele momento."

"Fiquei deitada imóvel, ouvindo a respiração dele lenta e profunda, o som da chuva por trás dela, senti seus dedos cálidos entrelaçados nos meus. Eu não queria voltar para casa. Pensei que poderia nunca mais voltar. Ali, Will e eu estávamos seguros, trancados no nosso pequeno paraíso."

"Pela primeira vez na vida, tentei não pensar no futuro. Tentei apenas estar, simplesmente deixar as sensações da noite passarem por mim."

"Fui distraída pelos segredos de um novo mundo."

"Mas ali, no escuro de breu, meio tonta por falta de sono, com a fogueira, o céu e o mar infinitos, a música nos nossos ouvidos e Will sorrindo, meu coração explodindo num sentimento que eu não conseguia identificar, eu só queria dançar. Dancei, ri, solta, sem me preocupar se alguém nos via. Senti que Will me olhava e sabia que ele sabia que aquela era a única reação possível para os últimos dez dias. Ora, para os últimos seis meses."

"— Sei que podemos. Sei que não é como você queria, mas posso fazer você feliz. Só sei dizer que você me transformou... numa pessoa que eu nem imaginava. Você me faz feliz, mesmo quando é horroroso. Prefiro estar com esse você que você deprecia do que com qualquer outra pessoa no mundo."

"— Você... uma vez me disse que aquela noite que passei no labirinto do castelo não podia ser o que me identificava. Disse que eu podia escolher o que fosse."

"Eu ia ver Will. Não importava mais nada, pelo menos eu teria isso. Quase conseguia sentir a distância entre nós diminuir, como se fôssemos duas pontas de um fio elástico invisível."

"Sabe como é difícil não dizer nada? Quando seu corpo inteiro quer fazer o contrário? Eu ensaiara não dizer nada durante todo o caminho do aeroporto até ali, e ainda assim aquilo estava quase me matando. Concordei com a cabeça. Quando, finalmente, falei, a voz era fraca, tremida. Saiu a única coisa que eu podia dizer com segurança.— Senti sua falta."

"Tentei apenas ficar ali, absorver o homem que eu amava por osmose, guardar em mim o que sobrava dele. Não falei nada. Ouvi então sua voz. Eu estava tão perto que, quando ele falou, a voz pareceu vibrar suavemente em mim."

"Olhei pela janela para o céu azul-claro da Suíça e contei a história de duas pessoas. Duas pessoas que não deviam se encontrar e que não gostaram muito um do outro quando se conheceram, mas que descobriram que eram as duas únicas pessoas no mundo que podiam se entender. Contei as aventuras que tiveram, os lugares onde foram e as coisas vistas que nunca esperaram ver. Conjurei para ele céus cheios de raios, mares iridescentes e noites repletas de risos e piadas bobas. Desenhei para ele um mundo, distante de uma área industrial suíça, um mundo onde ele ainda era, de algum modo, a pessoa que queria ser. Mostrei o mundo que ele tinha criado para mim, cheio de encantos e oportunidades. Deixei que soubesse que uma mágoa tinha se curado de um jeito que ele não podia imaginar, e que só por isso eu estaria para sempre em dívida com ele. Enquanto eu falava, sabia que aquelas poderiam ser as palavras mais importantes que diria e que precisavam ser as palavras certas, que não eram propaganda, uma tentativa de mudar o que ele pensava, mas que respeitavam a decisão dele.
Contei algo bom."

"Estou lhe dando isso porque poucas coisas ainda me fazem feliz, e você é uma delas."

E aí? Gostaram? Hahaha Ficou meio grande, mas é porque fiz com muito cuidado e o livro é tão lindo que tem muitas coisas para se absorver ♥ Se você gostou de mais algum trecho que eu não coloquei deixe aqui nos comentários!




Há um tempo atrás fiz o mesmo com o livro Quem é você, Alasca?, quer conferir? É só clicar aqui no nome do livro (:

Com amor,

Carol Huertas

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